terça-feira, 29 de janeiro de 2013

RESOLUÇÃO INTERNA DA COMISSÃO EXECUTIVA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES-PT DE ITACARÉ-BAHIA

DIRETÓRIO MUNICIPAL DE ITACARÉ-BA
RUA RUY BARBOSA, 33 
CEP 45530-000


RESOLUÇÃO INTERNA DA COMISSÃO EXECUTIVA DO
PARTIDO DOS TRABALHADORES-PT DE ITACARÉ-BAHIA:

A Comissão Executiva do Partido dos Trabalhadores-PT de Itacaré em
reunião realizada na forma de praxe em data de 15 de Janeiro de 2013,
com amparo nas disposições constantes do Estatuto e do Código de Ética
partidários, tomou a seguinte deliberação:

CONSIDERANDO que o Partido dos Trabalhadores-PT de Itacaré,
disputou o último pleito eleitoral com uma candidatura própria, onde
apresentou uma alternativa de governo com princípios programáticos
que difere do atual governo municipal, consubstanciado num programa
instrumentalizado pelo modo petista de governar;

CONSIDERANDO que o Partido dos Trabalhadores-PT de Itacaré, não
recebeu qualquer convite formal para discutir uma eventual participação
de seus quadros na atual administração, nem tampouco o modelo de gestão
a ser implantado, portanto, não compõe a base do governo municipal em
exercício;

CONSIDERANDO que é público e notório que alguns filiados, e até
mesmo membro de Executiva Municipal vem participando da atual
administração municipal, como agentes políticos, ocupando cargos
comissionados, sem consulta, nem autorização expressa das instâncias
partidárias;

CONSIDERANDO que da interpretação do que consta das normas e regras
internas norteadoras da ação partidária de seus filiados, notadamente “Art.
227, IV, X, XI, do Estatuto; e Art. 8º, I, Art. 10, §1º, ambos do Código
de Ética” do Partido dos Trabalhadores-PT, fica evidenciado exercício de
atividade vedada, bem como infrações éticas e disciplinares pelos filiados
que se encontram na situação acima relatada;
ANTE O EXPOSTO, a Comissão Executiva Municipal delibera o seguinte:

1) DESAUTORIZAR qualquer filiado, dirigente ou não, a agendar
reunião formal em nome do Partido dos Trabalhadores-PT de Itacaré,
junto ao Governo Municipal local, para tratar de possível adesão e/
ou participação no referido governo, sem consulta, nem autorização
expressa das instâncias partidárias;

2) SUSPENSÃO da filiação ao Partido dos Trabalhadores-PT de
Itacaré, e consequentemente dos direitos e deveres políticos
internamente, de todo filiado ocupando atualmente cargos
comissionados, na qualidade de agentes políticos, junto ao Governo
Municipal de Itacaré, até deliberação em contrário do Diretório
Municipal.

3) No momento em que o filiado suspenso deixar de ocupar o referido
cargo no governo municipal por iniciativa própria ou exoneração,
desde que não tenha cometido nenhum agravo aos princípios
programáticos do Partido, ou nenhuma outra infração ética e
disciplinar além do que originou a presente resolução, deverá enviar
seu pedido por escrito de restabelecimento e reintegração dos seus
direitos e deveres internos à Comissão Executiva Municipal na forma
estatutária e para os fins pertinentes.

Itacaré-BA, 28 de janeiro de 2013.

BOMFIM GENILSON SOUZA DA SILVA
Presidente da Comissão Executiva Municipal
Partido dos Trabalhadores-PT de Itacaré

O QUE É O PROGRESSO?

O QUE É O PROGRESSO?
POR NATAN SILVA



Quando pensamos em responder uma questão como esta nos vem à mente que o progresso precisa ser analisado com suas duas vertentes: pessoal e coletivo. Nestes aspectos também há duas vertentes: intelectual e moral e no coletivo podemos colocar como tecnológico e do bem estar.

Sem entrar no mérito da questão criacionista (que não sou) progredimos ou evoluímos sempre quando nos relacionamos com alguém. Sempre há alguma coisa a aprender e guardar moralmente e intelectualmente. Religião e universidade são informações buscadas por uns, vivenciadas e passadas à diante. Relacionamento!

Coletivamente temos que analisar as interferências: Da família, do meio ambiente e suas condições favoráveis ou não, da tecnologia que não atinge a todos, interferindo positiva ou negativamente no progresso coletivo e, principalmente, no modelo (paradigma) que estamos seguindo. Nosso planeta tem que ser visto como um. Vejamos que em cada região há um paradigma e este “molda” o pensamento coletivo que progride a passos largos ou curtos.

Mudemos o paradigma para progredir o homem e a humanidade.

Como podemos aplicar isso em nossa Itacaré?

1) Comecemos pensando de forma sistêmica. O que é o pensamento sistêmico?

2) Qual paradigma que a coletividade de Itacaré segue? Como ele interfere e em qual ponto devemos agir para que o efeito (bola de neve) seja sentido em toda sua extensão.

3) Como vamos “desvendar os véus que nos cobrem”? Com filmes, palestras e livros num circulo virtuoso.

As pedras do observatório rolarão para tirar o limo.

Natan Silva

sábado, 26 de janeiro de 2013

PARABÉNS ITACARÉ




Moro há 28 anos nessa linda cidade chamada Itacaré e já vislumbrei mais bela, mais cuidada, mais amada, mais tranquila e mais fraterna.
Ao longo do tempo tenho a impressão que o amor da sua gente por essa terra se tornou em uma fonte de riqueza e de exploração, deixando de lado o zelo pelas pessoas, pela sua história, sua cultura, sua flora e fauna; em todas as esferas: política, social e econômica; a nossa cidade vem sendo explorada de forma irresponsável e desordenada. Eu como cidadão filho dessa terra me sinto meio que impotente ao ver nossa gente como a principal vítima desse sistema implantado ao longo dos tempos.
Até que ponto vale e aonde vai nos levar esse tipo de progresso que presenciamos até hoje? Será que no nosso intimo não sentimos saudade da nossa antiga Itacaré “pacata”, mas aconchegante, “matuta”, mas pura e tranquila e o que dizer de suas ruas, praças, festas e danças tradicionais.
Contudo, a fé, a alegria e a luta do seu povo por dias melhores continua viva, hora mais ardente, hora mais branda, mas nunca morta; o povo aprende a buscar nas derrotas e nas dificuldades a força para consolidar seu futuro. Isso dar a certeza que um dia voltaremos aos tempos da tranquilidade, da beleza, do zelo pela sua gente e da fraternidade, não mais como antes, nem  nos moldes dos tempos antigos, mas na metamorfose dos tempos modernos, pois os princípios desses adjetivos serão os mesmos em qualquer lugar e tempo, só mudará os meios e a ótica em que passaremos a vivê-los.
Desejo a minha amada Itacaré um feliz aniversário! Parabéns a toda sua gente que ajudou e continuam ajudando a construir essa rica e linda história ao longo dos seus 281 anos de emancipação.
Felicidades Itacaré você merece!

Genilson Souza

A tabela da ANEEL para a redução na conta de luz


ANEEL anuncia redução das tarifas de energia elétrica 
Do Viomundo 


A ANEEL aprovou hoje, 24 de janeiro, em reunião extraordinária, as novas tarifas que reduzirão a conta de energia elétrica. O efeito médio de redução será de 20,2%. Para os consumidores residenciais, a redução mínima será de 18% (veja tabela). Para os consumidores de alta tensão, o desconto pode chegar a 32%. As novas tarifas entram em vigor a partir de hoje.

A redução é resultado da Lei nº 12.783/2013, que promoveu a renovação das concessões de transmissão e geração de energia que venciam até 2017, e das medidas provisórias 591/2012 e 605/2013. As principais alterações que permitiram a redução da conta foram:

– Alocação de cotas de energia, resultantes das geradoras com concessão renovadas, a um preço médio de R$ 32,81/ MWh
-
- Redução dos custos de transmissão
-
- Redução dos encargos setoriais
-
- Retirada de subsídios da estrutura da tarifa, com aporte direto do Tesouro Nacional

Redução e reajustes. O efeito dessa redução é estrutural, ou seja, promoverá uma mudança permanente no nível das tarifas, pois retira definitivamente custos que compunham as tarifas anteriores.

Tarifas diferentes. A ANEEL estabelece uma tarifa diferente para cada distribuidora – em função das peculiaridades de cada concessão. A tarifa de energia elétrica deve garantir o fornecimento de energia com qualidade e assegurar aos prestadores dos serviços receitas suficientes para cobrir custos operacionais eficientes e remunerar investimentos necessários para expandir a capacidade e garantir o atendimento.

As datas de leitura dos relógios são distribuídas ao longo do mês: por isso, a redução do preço da energia elétrica só deve ser percebida integralmente pelo consumidor após um ciclo completo de cobrança com as novas tarifas. Ou seja, no primeiro mês de vigência das novas tarifas, dependendo da data de vencimento da conta, parte do consumo utilizará a tarifa antiga e outra parte a nova tarifa, reduzida.

Como as novas tarifas valem a partir do dia 24 de janeiro, por exemplo, um consumidor que tem sua leitura feita no dia 10 de fevereiro, teria, em fevereiro, metade de sua energia faturada pela tarifa antiga e a outra metade pela nova tarifa. A partir de 25 de fevereiro todas as contas já perceberão os benefícios completos da tarifa reduzida.

Classes de consumo. Outros fatores que fazem variar a conta de energia são as características de contratação de fornecimento. Os consumidores cativos residenciais e os de baixa renda – aqueles que só podem ser atendidos por uma distribuidora – têm uma tarifa única em sua concessionária.

As variações também ocorrem de acordo com o nível de tensão em que os consumidores são atendidos, que é a tensão disponibilizada no sistema elétrico da concessionária e que varia entre valores inferiores a 2,3 kV (como as tensões de 110 e 220 volts) e valores superiores a 2,3 kV. Essa variação divide os consumidores nos grupos A (superiores a 2,3 kV, por exemplo as indústrias e grandes comércios) e B (inferiores a 2,3 kV – no qual se incluem os consumidores residenciais e os de baixa renda).

Os consumidores do grupo A têm tarifas definidas para energia e uso de rede, para horários de ponta e fora de ponta. Os consumidores livres possuem características diferentes, pois podem contratar energia de outros fornecedores, em condições especiais.

Saiba mais. A ANEEL disponibiliza em seu portal na internet cartilhas, publicações e conteúdos que explicam a composição da conta de energia, os processos de reajuste e de revisão tarifárias e, também, apresentam dicas de uso racional e de economia de eletricidade. Acesse http://www.aneel.gov.br/ para mais informações.

Confira, na tabela abaixo, a redução percentual para os consumidores de baixa tensão (por exemplo, residências).










































Leia mais em: Blog Sujo
Under Creative Commons License: Attribution

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Um Fígado Desopilado


Um fígado desopilado
Estava com o amigo Natan nas Pedras do Forte, sentado em uma das mesas do Observatório, quando ele levantou uma questão interessante: “– Sérgio, o que é o progresso”?
Foi um momento difícil, pois logo depois de apreciar um torresminho danado de bom, ainda rindo de uma boa piada e pegando uma garrafa de cerveja nevada, veio um assunto solene. As Pedras emitiram um estalo pigarreado.
Para meu Pai, 88 anos, o progresso foi o marca-passo implantado 20 anos passados. Para outros familiares foi a droga anti-depressiva, também vinte anos atrás. É a tecnologia melhorando a qualidade de vida do indivíduo e gerando progresso da pessoa.
Tenho muita atenção quando vejo numa TV (14”) de 15 anos de existência, no jornal matinal, que o trânsito em São Paulo ou Rio de Janeiro teve engarrafamento no horário da manhã. Vivi muitos anos retornando para casa sem hora para chegar, pois poderia ficar em transporte coletivo ou individual por até duas horas. Sem dúvida isso não é progresso.
Quando amplio ao Mundo o que é progresso, penso na população que ainda tem fome. Onde está localizada essa população? Tradicionalmente na Ásia, na África, Oriente Médio e na América Central e do Sul.
Recentemente, menos de 20 anos, na Europa e América do Norte a fome retornou em muitos lares. Como no centro do 1o mundo, matriz do progresso, ocorreu o empobrecimento da população? Andaram para trás? É pior do que ir para trás, é o início do esgotamento de um modelo de progresso. É o progresso baseado na acumulação financeira e de bens realizado por 1% da população mundial. Ao fim, é o progresso da pobreza num mundo sem limite da exploração do trabalho e sem justiça social.
O progresso no mundo em que vivo, o município de Itacaré, pode ser realizado com iniciativas simples. É o progresso baseado na mudança da cultura de administração municipal.
Qual é o papel do Governo municipal? São dois:
·        1- Na esfera pública: organizar e administrar os serviços de Educação, Saúde, Segurança, Saneamento, Transporte e Habitação Popular;
·         2-Na esfera privada: organizar e facilitar o Investimento Privado no segmento de Turismo e Construção Civil.
Qualquer governo que inicia, numa situação caótica como a de Itacaré, onde os HD’s dos computadores são retirados, onde é desconhecido o número de funcionários contratados e concursados, onde a situação financeira é desastrosa, em fim quando tudo é perigosamente desorganizado – indícios de intenção de dolo – para dificultar a nova administração pública, deve tomar as seguintes medidas no primeiro dia de governo:
1.     Contratar uma auditoria externa, para diagnosticar a situação financeira municipal. O resultado do trabalho irá identificar o ativo (disponível na Tesouraria e à receber no exercício fiscal) financeiro e o passivo (à pagar no exercício fiscal) municipal. Apurar a legalidade das contas à pagar e o ilegal enviar ao MP, Tribunal de Contas dos Municípios  e Procuradoria Municipal para cumprir os trâmites legais;
2.     Efetuar um recadastramento dos funcionários públicos;
3.     Organizar e propor ao Legislativo Municipal a realização de uma Conferência Municipal por tema (Educação, Saúde, Segurança, Saneamento, Transporte e Habitação Popular), para em conjunto com a população estabelecer prioridades de atendimento e estruturar a elaboração do Orçamento Municipal do próximo ano (2014).
Essas medidas básicas podem ser articuladas antes da posse, têm alguma complexidade para serem executadas, mas garantem segurança aos dirigentes municipais e qualidade de vida para população. O terceiro item permite a população escolher que progresso quer no seu bairro ou na condução da administração pública. Ademais evita um voluntarismo recorrente dos Prefeitos, que tem sem exceção, o hábito de se acharem um escolhido pela vontade divina, que foi ungido por meio do voto do eleitor. Como dizem no Observatório: “– Cumé qui podi”?
Foram boas as risadas do Natan. O Alm. Ganso e o Gal. Guel, para não perderem o hábito, se entreolharam e permaneceram quietos. O Prof. Son bebericou a água que passarinho não bebe. Já a Pedra do Forte deu um estalo. Ainda não sei interpretar o estalo!

Saudação democrática e petista, Sérgio Morrot.

Pronunciamento da Presidenta Dilma sobre Redução das tarifas elétrica

A presidenta Dilma Rousseff afirmou, em pronunciamento, que, a partir desta quinta-feira (24), passará a vigorar a redução de 18% na tarifa de energia para os consumidores residenciais. Para o comércio e a indústria, a diminuição será de até 32%.
O corte é ainda maior do que o anunciado pela presidenta em setembro de 2012: 16,2% para residências e até 28% para a indústria. Dilma também disse que o Brasil é um dos poucos países que ao mesmo tempo reduz a tarifa de luz e aumenta a produção de energia.
Dilma ressaltou que os investimentos permitirão dobrar, em 15 anos, a capacidade instalada de energia elétrica e que todos os brasileiros serão beneficiados pela medida, mesmo os atendidos pelas concessionárias que não aderiram ao esforço feito pelo governo federal para a redução da tarifa.

Clique aqui para descadastrar.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

PT é o partido mais popular do Brasil


Adicionar legenda

Pesquisa do Ibope revela que o Partido dos Trabalhadores tem a preferência de 24% dos brasileiros, a léguas de distância do PMDB, que desponta com 6%, e do PSDB, que tem 5% dos eleitores; identificação com o partido demonstra que efeito de escândalos como o mensalão é relativamente limitado, o que confere à presidente Dilma uma boa vantagem na largada para 2014; cresce, no entanto, número de apartidários.

Brasil 247 - Uma pesquisa do Instituto Ibope, publicada neste domingo no jornal Estado de S. Paulo, dá ao Partido dos Trabalhadores razões para comemorar. A despeito de todos os escândalos recentes, como o mensalão, e daquilo que os dirigentes da legenda classificam como tentativa de "criminalização" da sigla, o PT é o partido mais querido dos brasileiros, com larga margem de vantagem. Segundo o levantamento, 24% dos eleitores declaram ter preferência pelo PT. Depois disso, vem o PMDB, com 6%, e o PSDB, com 5%.

O resultado confere à presidente Dilma Rousseff uma boa vantagem na largada para 2014. Mas há um dado relevante, que abre espaço para novas composições de forças. O número de apartidários, 56%, é o maior desde 1988 – o que demonstra um certo cansaço do eleitorado com a classe política.

Praticamente todas as legendas perderam simpatizantes. Segundo o Ibope, o PT já teve a preferência de 33% dos entrevistados, em março de 2010. Hoje, o número é de 24%. O PSDB, por sua vez, também assistiu a uma grande erosão de seus eleitores mais fiéis. Eles já foram 14% da região Sudeste, onde se concentra sua maior base, em 1995, e hoje são apenas 7%. E o PMDB, que no governo Sarney, logo após o Plano Cruzado, já teve a preferência de 26% dos brasileiros, hoje tem apenas 6%.

O desencanto com a política se expressa ainda em outra pesquisa Ibope, que apontou os partidos políticos como as instituições menos confiáveis do País. No caso do PT, no entanto, o partido teve relativo sucesso em fazer com que o apoio ao "lulismo" migrasse para o partido.

Share/Bookmark


Leia mais em: Blog Sujo
Under Creative Commons License: Attribution

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

TRABALHADOR DEFENDE TRABALHADOR






O Partido dos Trabalhadores de Itararé se solidariza com todos os companheiros, servidores municipais que estão sem receber seu 13º e o salário de Dezembro.  Muitos só têm essa fonte de renda para manutenção da sua família, onde sem essa, possivelmente lhes faltará o básico para sua sobrevivência, assim como, honrar seus compromissos financeiros.
Lamentamos o desrespeito dos gestores a um dos principais direitos garantidos do trabalhador, que é receber em dias os seus provimentos; esperamos que a atual gestão tome as devidas providências para sanar esse grande impasse deixado pela antiga gestão, mantendo um ambiente de negociação permanente com a classe trabalhadora, esclarecendo de forma objetiva, clara e comprovada os reais motivos do não pagamento e as devidas providências que estão sendo tomadas, pois os trabalhadores que cumpriram de forma integral e legal seus afazes não podem ser penalizados por má gestão, tão pouco, falta de planejamento da administração pública.

Trabalhador defende trabalhador

Genilson Souza 
Presidente do PT 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Caravanas: há uma pedra no meio do caminho



Saul Leblon 

Antes que o PT esboçasse o roteiro das caravanas que Lula planeja realizar este ano o dispositivo midiático iniciou a sua.

Reportagens publicadas nos últimos dias pelo 'Estadão' e 'O Globo' revisitaram marcos do governo petista. 

Alguns títulos pinçados desse primeiro arranque :

'Dez anos depois, população pobre do Brasil permanece refém de programas de renda'; 

'Berço’ do Fome Zero não muda com programas sociais'; 

'Em Guaribas, 87% da população vive do Bolsa Família';

'PT tira milhões da pobreza, mas abandona responsabilidade fiscal'

Vai por aí a coisa.

As referências de partida às cidades pobres de Guaribas (PI) e Itinga (BA), recheiam o propósito de alvejar por antecipação os símbolos previsíveis de um roteiro petista.

Ambas estão associadas ao Fome Zero, o primeiro programa lançado por Lula no primeiro ato, do primeiro dia, do seu primeiro governo, em 3 de janeiro de 2003.

Emerge dos textos a ordem unida que deve afinar a desconstrução desse ciclo incômodo.

Na superfície, benevolência: milhões deixaram a pobreza, mas...

Na costura, a lógica desidrata a dinâmica social negando a emergência de qualquer sujeito histórico capaz de afrontar o veredito do fracasso irremediável.

'O modelo é insustentável' , arremata em pedra e cal o sociólogo tucano Bolívar Lamounier, na última linha do texto do O Globo. 

Foi nisso que deu a luta contra a miséria. 

Para todos os efeitos, o Brasil é reduzido a uma fila de seres vegetativos alimentados pela sonda infatigável do populismo. 

O fato de a demanda colecionar 16 trimestres seguidos de expansão, num momento em que o planeta estrebucha em anemia, é um acidente de percurso.

A caravana conservadora tira isso de letra. Literalmente

É só ouvir 'especialistas ' especializados em alvejar o PT. 

No atacado ou no varejo? O cliente é quem manda.

A varredura atinge por extensão o 13 de fevereiro próximo, quando o partido comemora 33 anos de fundação, ademais de acumular munição para 2014 e cumprir a missão imediata: colocar uma pedra no meio do caminho da mobilização de resistência acenada pelos dirigentes .

Não qualquer pedra. 

Mas aquela capaz de suscitar a dúvida: de que adianta Lula afrontar a pauta da criminalização e da desqualificação se a narrativa da nova caravana da cidadania caberá ao monopólio midiático?

Nos anos 90, as redações foram pegas de surpresa pela iniciativa original. Num primeiro momento, cederam à repercussão diante do efeito contagiante por onde comitiva petista passava. 

Organizadas entre 1993 e 1996, as Caravanas da Cidadania percorreriam mais de 40 mil quilômetros. Ao todo, foram seis expedições que vasculharam os quatro cantos do território nacional. 

A primeira, de 24 dias, partiu de Garanhuns, interior pernambucano; finalizou em Vicente de Carvalho (SP).

Reeditou o percurso de um pau de arara que em 1951 levaria Lula, a mãe e irmãos até São Paulo e daí para o litoral, fugindo da seca, da fome e da pobreza.

A imagem de um novo 'cavaleiro da esperança' a escancarar a realidade do país como o seu melhor argumento, rapidamente acendeu o farol vermelho nas redações.

A tolerância inicial cedeu lugar então às cobranças. Duras. Repórteres escalados para cobrir as viagens eram intimados a entregar a encomenda. 
Às favas com fatos, pessoas e paisagens.

O jornalista Ricardo Kotscho acompanhou de perto aquela aventura como assessor de imprensa de Lula. 

Em depoimento à Fundação Perseu Abramo, em 2006, revela detalhes da operação desmonte acionada pelas chefias de redação para sufocar o comício ambulante do líder metalúrgico. 

Telefonemas irados chegavam do Rio e de São Paulo cobrando recheio para manchetes prontas.

Lembra Kotscho:

"Vocês têm que dar pau, é demagogia, é populismo do Lula, não sei o quê"-, o mais jovem repórter que estava lá foi cobrado também. Aí ele falou no telefone na frente de todo mundo, porque só tinha um telefone na portaria do hotel, era uma promiscuidade telefônica, todo mundo sabia de tudo. Ele disse para o chefe dele o seguinte: "Olha, eu vou continuar mandando as matérias com aquilo que eu vejo, eu não vou mentir, eu não vou entrar nessa, se vocês quiserem, vocês me demitam (...)" O Mário Rosa (da Veja) me disse, com todas as letras: "Eu escrevo para 3 mil leitores da Veja". "Como 3 mil? São 700 mil", eu perguntei. "O resto não interessa", ele falou. "Escrevo para o top, o top da elite. Vim aqui fazer uma análise psicológica do Lula." Depois que saiu a matéria sobre a caravana na Veja, o Lula ligou para o Roberto Civita, apontou as mentiras que a revista tinha publicado e pediu informalmente um espaço para resposta. O Civita negou, dizendo que isso não era um hábito da publicação..." 

Dezesseis anos e três governos petistas depois, chega a ser desconcertante que o gargalo da comunicação permaneça intacto --no partido e no país.

A caravana preventiva do dispositivo conservador mostra o quanto a batalha da comunicação continua atual, decisiva e mal resolvida pelo PT.

Não por acaso, os adversários creditam à mídia a tarefa de desqualificar a maior conquista progressista deste ciclo, sem o quê tudo o mais fica um tanto difícil: a redução superlativa da fome, da miséria e da pobreza. 

É um osso duro de roer. 

Os avanços acumulados desde 2003 são inegáveis. Em certa medida, épicos. 

A desigualdade brasileira ainda grita alto em qualquer competição mundial. 
Mas, exceto no caso da China, foi a que registrou o maior queda em plena crise do capitalismo, quando dois terços das nações viram crescer a distancia entre ricos e pobres.

No Brasil deu-se o inverso.

A linha da exclusão que antes figurava como o eletrocardiograma de um morto passou a se mexer. 

Inquieta, alterou o metabolismo de toda a nação. 

Chega a ser paradoxal. A narrativa conservadora desconsidera a dinâmica vigorosa embutida nesse degelo social. 

Mas incendeia as manchetes com o esgotamento (real) da infra-estrutura, a saturação dos aeroportos, a pressão da demanda sobre a oferta elétrica.

Ou isso, ou aquilo. Ou se reconhece os novos aceleradores do desenvolvimento ou o alarde dos gargalos é descabido.

Ambos são reais. 

A década do PT tirou da miséria e propiciou a ascensão na pirâmide de renda a uma população equivalente a da Argentina. 

Dados do IPEA ignorados pelo jornalismo conservador fornecem detalhes preciosos de um país em mutação inconclusa, mas dificilmente reversível a frio.É em torno do passo seguinte desse processo que se trava a guerra politica atual.

Fatos: 

a) de 2003 a 2011, a economia brasileira cresceu a uma taxa acumulada de 40,7%; o PIB per capita aumentou 27,7%; mas a renda nos domicílios cresceu mais de 40%. A diferença evidencia o peso das transferências sociais -Bolsa Família, aposentadorias e benefício de prestação continuada, como a aposentadoria rural;

b) a renda per capita dos 10% mais pobres avançou 91,2% em termos reais nesse período --e 16,6% entre os 10% mais ricos;

c) a dos 10% mais pobres cresceu 550% mais rápido que a dos 10% mais ricos. 

d) os 20% mais ricos tiveram um aumento de renda inferior ao de seus pares dos BRICS.

e) mas o crescimento da renda dos 20% mais pobres superou o dos BRICs, exceto China.

f) a renda do Nordeste cresceu 72,8% entre 2003 e 2011 -- variou 45,8% no Sudeste. 

g ) similarmente, cresceu mais nas áreas rurais pobres, 85,5%, contra 40,5% nas metrópoles e 57,5% nas demais cidades.

g) a dos pretos e pardos teve um salto de 66,3% e 85,5%, respectivamente -- ficou em 47,6% no caso dos brancos.

h) a renda das crianças de 0 a 4 anos avançou mais de 60%.

i) sem as políticas redistributivas do Estado, a desigualdade teria caído 36% menos que os 57% efetivamente registrados.

j) a renda média precisaria ter aumentado quase 89%, em vez dos 32%, para que a pobreza tivesse a mesma evolução, sem a intervenção direta do Estado.

Ao contrário do que assevera o balanço da mídia isenta, portanto, o modelo não é insustentável. 

Ele é avassalador por conta das massas de forças que despertou, sacudiu, agregou e conflitou. 

Seu principal impulso, ao contrário do que pontifica a tese do assistencialismo insustentável, decorre predominantemente da renda do trabalho.

Ela representa mais de três quartos da renda total que lubrifica a economia -- e é preciso impedir que o seu efeito multiplicador vaze para fora, nutrindo-se de importações que geram empregos e investimentos de qualidade lá e não aqui.

A constatação não altera a essência política do jogo em andamento: o Brasil foi o país que melhor utilizou o crescimento econômico dos últimos anos para elevar o padrão de vida e o bem-estar da população. Isso, graças às políticas públicas deliberadamente voltadas ao mais pobres, entre elas a decisão de elevar o poder de compra do salário mínimo em 60% em termos reais.

Não é propaganda eleitoral do PT. 

É o que afirma um levantamento feito pela consultoria Boston Consulting Group (BCG), que comparou indicadores econômicos e sociais de 150 países, nos últimos cinco anos.

Sua conclusão : 

"Se o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu a um ritmo médio anual de 5,1% entre 2006 e 2011, os ganhos sociais obtidos no período são equivalentes aos de um país que tivesse registrado expansão anual de 13%. O desempenho brasileiro deve ser creditado principalmente à distribuição de renda. O Brasil diminuiu consideravelmente as diferenças de rendimento entre ricos e pobres na década passada, o que permitiu reduzir a pobreza extrema pela metade."

Não é algo que se despreze,como teimam as manchetes conservadoras. Mas há uma pedra no meio do caminho.

Ela infantiliza o debate dos desafios reais --que não são pequenos-- inscritos nas escolhas que devem orientar o passo seguinte da história do desenvolvimento brasileiro.

Emergências e alarmes soam para avisar que um tempo se esgotou; outro range, ruge e pede para nascer. 

A inexistência de uma estrutura de comunicação progressista, capaz de substituir o monólogo conservador por uma discussão plural das escolhas intrínsecas a esse parto, ameaça abortar o novo.

Se algo se tornou insustentável foi isso.

Fortuitamente, o PT está prestes a renovar um cargo cujo ocupante pode --deve-- ter uma participação significativa na tarefa de afastar essa pedra do caminho.

Ao novo secretário de comunicação do PT caberá em alguma medida a tarefa de criar condições que pavimentem vias e abram clareiras por onde devem circular a caravana de Lula e os projetos que ela catalisa.

Um dos nomes cogitados para essa tarefa é o do deputado Emiliano José (PT-BA).

Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), professor aposentado da Faculdade de Comunicação, onde lecionou por 25 anos, Emiliano é jornalista de carreira e escritor com nove livros publicados.

Paulista de nascimento, mas baiano de coração, lutou contra a ditadura militar em São Paulo, como vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes (UBES). Perseguido, viveu clandestino na Bahia até ser preso, torturado e condenado a quatro anos de prisão.

Sua a carreira jornalística começou na Tribuna da Bahia; depois, passou pelo Jornal da Bahia, O Estado de S. Paulo, O Globo e pelas revistas Afinal e Visão. Escreveu para os alternativos Opinião, Movimento e Em Tempo. Tem peso e medida para sacudir a omissão histórica do PT numa questão que ameaça agora devorá-lo.


Share/Bookmark


Leia mais em: Blog Sujo
Under Creative Commons License: Attribution

sábado, 5 de janeiro de 2013

O governo precisa dar à crise o seu nome


A mídia tanto insiste em confundir que às vezes até setores progressistas parecem acreditar.

Mas é preciso ficar claro: o nome da crise é capitalismo e não esquerda; não PT - ou governo Dilma, como quer o jogral embarcado nas virtudes dos livres mercados, os mesmos que jogaram o planeta no pântano atual.

A esquerda tem sua penitência a pagar nesse banco de areia movediça. Mas uma coisa é diferente da outra.

O conservadorismo não tem agenda propositiva a oferecer, exceto regressão à matriz do desmazelo atual. 

A esquerda ainda lambe feridas, espana a rendição neoliberal que acometeu - ainda acomete - segmentos e lideranças importantes de suas fileiras, aqui e alhures. 

Mal ou bem, no entanto, ensaia um debate sobre a alternativa à desordem capitalista. 

Deve acelerar o passo porque a história apertou o seu: a restauração conservadora avança no vácuo progressista.

A preparação do V Congresso do PT, que acontecerá em 2014, é a oportunidade para que isso ocorra no Brasil de forma organizada. Com convidados de dentro e de fora do partido. De dentro e de fora do país. E cobertura maciça da mídia alternativa, a contrastar o bombardeio de veículos sempre alinhados às boas causas democráticas.

O conservadorismo aposta no imobilismo progressista. 

Seu futuro nutre-se da expectativa de erros, omissões e hesitações que a esquerda e o governo possam cometer na travessia do passo seguinte da história.

É esse o combustível da histeria udenista encampada pelas togas. 

Não é outro o motor do terrorismo econômico midiático.

A pauta deste ano ano pré-eleitoral é a tese de que vai dar tudo errado na macroeconomia do governo Dilma. 

O tambor ecoa sem parar.

O Brasil é um fracasso. Bom é o México, com presidentes saídos diretamente de uma engarrafadora de Coca-Cola, a prometer mais e mais reformas amigáveis. 

A mídia isenta ergue palanques feitos de semi-informação. 

Na desastrada década do PT, o Brasil elevou sua participação no PIB da América Latina de 26,8% , em 2001, para 46,6% em 2010. Recorde em 20 anos.

A participação mexicana no PIB regional regrediu o equivalente a 13 pontos no período.Ficou em 21,5% no ano passado. 

Governos coca-cola aniquilaram direitos trabalhistas dos mexicanos, enquanto no Brasil de Lula o valor real do salário mínimo saltou 70% na década. 

Bom é o México.O malabarismo às vezes desconcerta. 

Nesta 5ª feira, na Folha, Clóvis Rossi lamenta: justamente quando Chávez está à beira da morte, seu legado econômico e social faz da Venezuela o país menos desigual de sua história. 

Assim: " Para azar da Venezuela, o agravamento do estado de saúde do presidente coincide com o melhor momento da economia em todo o reinado de Chávez: a redução da pobreza, marca indiscutível do período, se acentuou no ano passado. São pobres, agora, 21,2%, queda de cinco pontos sobre os 26,5% de 2011; a inflação, um dos fracassos do chavismo, caiu de 27,6% em 2011 para 19,9%; o rendimento real dos assalariados, já descontada a obscena inflação, subiu 3,1% no ano passado; 4 milhões de empregos foram criados nos anos Chávez, reduzindo o desemprego a 6% em 2012". 

É constrangedor.

No Brasil, o governo do PT -- sua 'ingerência estatal, a gastança populista'-- recebe o mesmo carimbo de estorvo. 

Ele, não a desordem neoliberal; o PT, não o legado de um capitalismo indigente. Não o miserê estrutural que precisou do Bolsa Família para levar comida a 50 milhões de pessoas. 

Quando o governo acerta, o veredito midiático é peremptório: é só um hiato entre dois fracassos. 

Segue-se a lógica adversativa do meteorologista charlatão: o tempo está firme, mas só porque ainda não choveu. E vice-versa.

O Brasil precisa decidir se quer ser o México ou a Venezuela, diz o bordão do jornalismo de economia, que está para as redações assim como a coleira para o cachorro.

Tradicionalmente ele pauta os latidos da turma que tange o debate nacional no dispasão da eficiência plutocrática.

A mesma endogamia levou o país tres vezes ao FMI nos anos 90; quebrou a espinha da indústria com uma abertura selvagem; rifou o contrapeso estatal vendendo empresas públicas estratégicas; criou um Estado mínimo a machadada, poupando a raspa do tacho disfuncional. Colosso devidamente elogiado e festejado pelos que hoje festejam o México e abjuram a macroeconomia de Dilma. 

O governo tem muito a ganhar se as forças progressistas afrontarem os uivos dessa matilha.

Acerta a presidencia do PT, por exemplo, quando Rui Falcão identifica no monopólio midiático um torniquete a obstruir o debate emancipador do desenvolvimento.

Erram os progressistas e o governo ao não nominarem as variáveis políticas em jogo na disputa pela agenda macroeconômica. 

A cizania ideológica tem sido respondida por Brasília de forma frequentemente tecnocrática, gaguejante, quase envergonhada. 

Atrasos enervantes nos cronogramas dos grandes projetos de infraestrutura constituem o principal lubrificante da sirene ortodoxa. 

Por que o governo não encampa e aprofunda a radiografia sobre as causas da 'ineficiência estatal'? 

Nos anos 90, o Estado brasileiro foi redesenhado e calcificado institucionalmente. Um anti-Leviatã feito não funcionar. 

Dissolveu-se a iniciativa pública do desenvolvimento num cipoal de interditos, terceirizações, decepações e renúncias.

Tudo feito para contemplar o preconceito conservador desconsiderando-se as urgências sociais e as responsabilidades com a infraestrutura. 

A mídia conservadora quer manter as coisas assim, como um argumento pronto contra o comando estatal da economia.

A presidenta Dilma incorporou a chave da eficiência às prioridades do seu governo. Com razão: é obrigação progressista zelar pela cuidadosa aplicação dos fundos públicos.

Errou e erra, todavia, ao não afrontar o subtexto do Estado mínimo que de fato perpassa a gororoba ideológica construída em torno da lingérie mais reluzente do conservadorismo: o fetiche da 'gestão'.

Ao não distinguir uma coisa de outra, corre o risco de endossar a tese que pretende equacionar a desordem atual com poções adicionais do veneno que a originou.

O colapso neoliberal trouxe para o colo do governo uma crise da qual a Nação é vítima e não sócia; as forças progressistas são adversárias, não parceiras. 

Confunde a opinião pública endossar falsas convergências redentoras, a exemplo da gestão, quando o que emperra, de fato, é a luta de sabre para ordenar a fatura da crise e instaurar a nova dinâmica de crescimento.

Obama patina não porque inexistam alternativas. Mas porque o dinheiro grosso acantonado no Congresso barra a taxação substantiva das grandes fortunas. E compensa a mingua fiscal com arrocho no gasto público -exceto o complexo industrial-militar.

A Europa esfarela porque os bancos se entupiram de lucros no ciclo de alta do crédito irresponsável. 

Quebraram. Agora são alimentados pela sonda pública, exaurindo a ação contracíclica do Estado e a engrenagem lubrificada pelo crédito e o financiamento. 

Dar nome aos bois não é principismo ideológico dos 'esquerdistas' do PT. 

Está em jogo dilatar ou não a margem de manobra do Estado brasileiro para contrastar a estagnação mundial do capitalismo. 

O peso material das idéias não deve ser confundido com proselitismo. 

Quando minimiza a importancia da mídia progressista, asfixia blogs e sites negando-lhes o direito legítimo à publicidade estatal de utilidade pública --descarregada maciçamente no dispositivo conservador-- o governo dá mostras de não entender essa diferença.

Para um governo progressista é quase um suicídio.

Não por acaso, os que apostam no fracasso macroeconômico como palanque contra Dilma, em 2014, querem fazer da 'gestão' o escudo redentor do Brasil contra a crise.

Desenvolvimento é transformação; é coordenar recursos,expectativas e energias em direção a objetivos prioritários.

A crise da ordem neoliberal desmentiu a conversa mole da proficiencia dos mercados desregulados na alocação dos recursos, ao menor custo e com a máxima eficiência. 

Saldo: o mundo caminha para o sexto ano da crise mais grave do capitalismo desde 1929. O investimento privado patina no Brasil.

A superação do impasse só virá se e quando o Estado detiver maior poder de comando para enquadrar e destravar o papel indutor do crédito e do investimento capitalista.

Os bancos detém essa prerrogativa na economia de mercado. Mas sonegam fogo na hora do aperto e desviam seus canhões contra quem tenta induzi-los.

Não se vence um embate dessa natureza com o acesso à opinião pública obstruído pelo monopólio midiático. 

Essa reflexão, suas consequências práticas, continua ausente da agenda da Presidência da República a cada manhã. 

É um contra-senso.

Se o próprio governo hesita em ocupar o horizonte de longo prazo, que a mídia alardeia como temerário, por que o investimento privado se arriscaria?
Postado por Saul Leblon às 15:17

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Principais adversários do PT estão fora dos partidos políticos, diz Rui Falcão



Presidente do PT diz que oposição à legenda está instalada em setores do empresariado e no Judiciário brasileiro 

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, verbalizou hoje uma tese que vem se difundindo no partido desde a condenação pelo Supremo Tribunal Federal de líderes históricos petistas no julgamento do mensalão: a principal oposição ao PT hoje não está nos partidos políticos mas em setores do empresariado refratários ideologicamente aos governo petistas.

Segundo Falcão, além dessa oposição extrapartidária existe preocupação quanto à atuação do Judiciário que, conforme ele, tenta se sobrepor à soberania popular.

O presidente do PT anunciou que o partido fará em 2013 uma reformulação programática à luz dos 10 anos no governo federal. O foro será o 5º Congresso Nacional do PT, ainda sem data definida, onde também será feito um balanço dos erros e acertos do partido.

De acordo com Falcão, um dos principais erros do PT foi não ter identificado de pronto a oposição extrapartidária.

“Um dos erros talvez foi não localizar imediatamente quem são nossos principais adversários”, disse ele. “Há uma oposição extrapartidária localizada em grandes grupos econômicos que não se conformaram até hoje com as transformações que o país vem sofrendo e não querem abdicar de seus privilégios. Não quero nominar os grupos mas eles são fortes, muito fortes, estão presentes na nossa sociedade diariamente, fazem opinião”, completou o dirigente petista.

Questionado se entre estes grupos estão as grandes empresas de mídia, Rui desconversou. “Para a imprensa o que nós queremos é mais liberdade de expressão”.

Falcão não elencou setores do Judiciário entre os adversários do PT mas disse enxergar um perigo na forma como os magistrados tem interferido em assuntos políticos. “Há um perigo muito grande de o Judiciário procurar assumir funções que não lhe competem e inclusive tentar se sobrepor à soberania que é do povo e não de algum dos três poderes”, disse ele.

O presidente do PT também fez um mea culpa em relação às práticas que levaram o partido a se tornar o centro do escândalo do mensalão.

“Eventualmente temos enveredado por práticas que são correntes em outros partidos mas que o PT não deveria ter enveredado”, afirmou.

Para evitar novos escândalos vinculados ao caixa dois eleitoral, Falcão disse que o PT fará em 2013 uma grande campanha pela reforma política, com a possibilidade de coletar assinaturas para um projeto de iniciativa popular, cujo foco será o financiamento público de campanhas.

(Ricardo Galhardo - Portal IG)


Leia mais em: Blog Sujo
Under Creative Commons License: Attribution

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A hora do PT: um ano novo digno desse nome


A hora do PT: um ano novo digno desse nome

Os fatos caminham à frente das idéias. Mas é preciso ajudá-los com a materialidade destas para que a história possa girar a sua roda e sancionar os novos sujeitos, que por sua vez vão protagonizar os fatos fundadores do período seguinte. Assim sucessivamente.

O nascimento de um partido - um verdadeiro partido -- representa de certa forma a fusão desses diferentes momentos. É ao mesmo tempo um fato, uma ideia e um sujeito. 

Mas até quando? 

A pergunta reverbera o divisor vivido hoje pelo PT. Em que medida o partido ainda persiste como portador do tríplice mandato da história?

Mais que isso: quais forças e que lideranças serão capazes de conduzir hoje a renovação desse mandato no horizonte dos desafios marmorizados na crise da ordem neoliberal?

Fundado em fevereiro de 1980, o PT completa 33 anos em 2013. 

Quase um terço de sua existência se deu no comando da Nação. Isso propiciou aos quadros dirigentes um acervo único de experiência nas condições da política brasileira. 

Com Dilma, o PT completa o terceiro mandato presidencial.Não se pode dizer mais, como se dizia em 2002, que esse partido não sabia governar o capitalismo brasileiro.

O aprendizado teve um preço e marcou o rosto e a alma petista. Ademais da experiência ímpar, ele gerou, também, um escopo de responsabilidades e compromissos cujo peso tende a frear o ímpeto renovador da legenda. 

A frase 'o interesse dos gabinetes passa a predominar sobre as inquietações das bases' serve indistintamente a legendas progressistas que ascenderam ao poder.

Tampouco é estranha ao PT.

O quanto predominará no enfretamento da pauta pre-agendada para 2013 e 2014 é a interrogação que paira não apenas sobre o destino do partido.

Não se trata de questão particular aos petistas. Ela fala à democracia e ao destino do desenvolvimento na próxima década. Nesse sentido à presente e futura geração de brasileiros.

O PT enfrentará de agora em diante uma situação singular.

Seu peso específico na sociedade nunca foi tão relevante. A disjuntiva é única na história nacional: se esse partido progressista souber avançar à contrapelo da estagnação inerente à passagem pelo poder, mudar o horizonte brasileiro; se tropeçar ou se acanhar, seu fracasso será também em grande medida o fracasso da Nação.

A calcificação tem sido a regra histórica. Mas a história não é fatalidade. E o PT decide sua sorte em meio a contrapesos poderosos. 

De alguma forma a trajetória do partido e a das forças progressistas reordenadas ao seu redor foi condicionada nessa última década por dois impulsos.

Um primeiro, de predominância defensiva, pode ser arbitrariamente delimitado entre a chegada ao governo, em 2002, até a reeleição, em 2006. O segundo, de transição, respondeu ao colapso da ordem neoliberal, partir de 2008, até os nossos dias. 

Colapso cambial e cerco conservador marcaram o primeiro ciclo, de natureza quase reflexa, encerrado na reeleição de 2006, em meio às denúncias do chamado mensalão.

Inicia-se, então, e de novo com a ressalva da demarcação rudimentar, a travessia de uma agenda econômica defensiva para um registro de maior margem de manobra ideológica, ofertado ao partido pela desordem neoliberal capitalista.

A condenação sem provas de algumas de suas mais expressivas lideranças na Ação Penal 470, num grotesco episódio do Direito que maculou o Judiciário e anexou o STF ao ativismo midiático conservador, adiciona um complicador e uma ruptura a esse percurso,a partir de 2013.

Em que medida o partido saberá andar no trilho duplo, que permitirá encadear a reação ao arbítrio ao impulso renovador de sua agenda? Sem se perder na batalha do dia anterior, tampouco sacrificar e desguarnecer sua estrutura de quadros que ainda lhe são imprescindíveis?

Trata-se de um teste de superação da máquina e dos dirigentes petistas. Um teste único na história da esquerda brasileira. Vale a pena vivenciá-lo de forma engajada.

Nem de longe é um teste para ser travado exclusivamente em acertos de conta internos. 

Seu êxito requer um aggiornamento da vida democrática do partido, desde a base, até a reativação da caldeira intelectual, capaz - juntos - de sacudir a modorra percolada dos gabinetes. 

A questão é saber quem conseguirá catalisar essas transformações para dar um rosto novo ao PT.

Essa liderança não está pronta. O que pode ser dramático: temos agendas sem um núcleo porta-voz de peso. Mas também pode ser auspicioso:abre-se um espaço de renovação programática e militante.

Decorre daí a questão que nos leva de volta ao começo da conversa: em que medida o PT reúne energias e inquietações para voltar a ser, ao mesmo tempo, um fato, uma ideia e um sujeito do próximo ciclo do desenvolvimento brasileiro?

Se os desafios são imensos - imersos em um vale tudo do desespero midiático conservador - os trunfos de partida não são menores.

A consciência do divisor histórico sacode a modorra partidária em múltiplas frentes. O novo desponta em distintas dimensões.

O novo é Márcio Pochmann na direção da Fundação Perseu Abramo, que tem garra e talento para fazer desse tink thank petista, finalmente, um centro de reflexão da agenda da esquerda brasileira no século 21.

O novo é a caravana da cidadania de Lula, que deve percorrer e galvanizar o país - e afrontar o conservadorismo - a partir de fevereiro próximo.

O novo é a mídia alternativa ser reconhecida de uma vez por todas - como já faz a direção atual do PT, sob o comando de Rui Falcão - como parceira indispensável na transição para um desenvolvimento que o país urge e pode construir, em meio ao colapso neoliberal e a sabotagem conservadora.

O novo é Fernando Haddad em SP ecoando o desassombro de administrações progressistas em todo o Brasil.

O novo é fazer da maior metrópole brasileira um laboratório de renovação de políticas e práticas públicas de abrangência e ousadia equivalentes ao tamanho do anseio brasileiro por democracia e justiça social.

O novo recobre de sentido histórico a virada mecânica do calendário.

Que 2013 seja um Ano Novo digno desse nome.
Postado por Saul Leblon às 12:24