POR GENILSON SOUZA
Primeiramente gostaria de ser solidário
a todas as pessoas que tiveram suas casas inundadas, seus móveis estragados e
que assistiram sem poder fazer muita coisa, o fruto do seu trabalho e esforço sendo
devastado pelas águas provocadas pelo alagamento nessa última Quinta Feira, em
Itacaré e em vários município baiano.
Não existe fórmula mágica para
evitar os alagamentos, mas algumas mudanças na infraestrutura urbana podem
minimizar o efeito do excesso de água. O desafio principal é encontrar
alternativas para evitar a impermeabilização do solo e o assoreamento dos rios
(acúmulo de detritos que causa a redução da profundidade e da vazão). Afinal,
reduzir o volume de chuvas não é possível, nem desejável. As áreas urbanas são
as que mais expressam as intervenções humanas no meio natural.
O desmatamento, as edificações, a
canalização, a mudança do curso dos rios, a poluição da atmosfera, dos cursos
de água e a produção de calor geram diversos efeitos sobre os aspectos do
ambiente. As alterações ambientais causadas pelas atividades urbanas são
sentidas pela população, tais como o aumento da temperatura nas áreas centrais,
o aumento de precipitação e as enchentes. Essa última consequência do processo
de urbanização teve como causa principal a construção de casas, comércios, vias
marginais implantadas nas áreas de várzeas dos rios e proximidades e é,
atualmente, um problema constante nos períodos chuvosos nas principais cidades.
Essa é uma realidade vivida na
maioria das cidades brasileira, e Itacaré não fica fora dessa realidade. Temos dois
agravantes: a intervenção humana no meio natural e a omissão do poder públicos nas
ações humanas e nas politicas estruturantes de desenvolvimento urbano.
Itacaré sofre um processo de
desordenamento urbano histórico, pois, os gestores municipal nunca priorizaram
o planejamento de desenvolvimento da cidade.
Assistimos ao longo do processo
de urbanização de Itacaré uma série de desordem, que certamente nós levaríamos aos
problemas urbanos atuais. Casas sendo construídas de forma totalmente irregular,
próximo de riachos, valas, encostas, bairros sendo formado em áreas de mangue,
desmatamento de floretas e matas ciliares, loteamos de glebas de terras sendo licenciados
sem que o loteador tenha se comprometido e cumprido com suas obrigações legais
como: Sistema de escoamento de águas pluviais, sistema de esgotamento
sanitário, sistema de abastecimento de água potável, rede de energia elétrica
pública e domiciliar, vias de circulação com obras de meio-fio e pavimentação, etc.
Todas essas ações praticadas ao longo dos anos
em nossa cidade, sem a devida atuação do poder público que deveria atuar como
agente fiscalizador e regulador permitiram o desordenamento urbano de Itacaré,
onde hoje, estamos começando a colher os frutos negativos desse descaso e da falta
de planejamento que foi condenada a nossa cidade.
Sempre quando sou questionado,
qual é o maior problemas de Itacaré para se tornar uma cidade ordenada e
desenvolvida, respondo com muita clareza: falta de planejamento. Não é possível
administrar aquilo que não se mede. Infelizmente sofremos pela falta de planejamentos
ao longo do tempo. Nunca se teve por parte dos nossos gestores municipal um
plano de curto médio e longo prazo com as diretrizes de desenvolvimento de
Itacaré; haja vista que o PDDU - Plano de Diretrizes de Desenvolvimento Urbano,
vem se arrastando a décadas.
Contudo, acredito que nunca é
tarde para começar, estamos em um processo de real transformação no país, as
politicas públicas do Governo Federal, está ai para viabilizar as ações dos
gestores municipais na busca de soluções para resolver os problemas estruturais
dos centros urbanos em todos os sentidos. Podemos cita, por exemplo, o Plano
Municipal de Saneamento Básico (PMSB), que viabilizará recurso para implantação
de projeto de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, manejo de
resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Resta ao gestor
municipal se organizar para poder apropriar-se dessas politicas e fazer
acontecer na cidade, assim como a população deverá assumir uma postura de cooperação
e participação da vida pública, atuando de forma protagonista na cobrança e na
fiscalização dessas ações que precisam ser executadas imediatamente.
GENILSON SOUZA
PRESIDENTE DO DIRETÓRIO DO
PT- ITACARÉ
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