A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para o continente latino-americano, condenou duramente a tentativa de golpe em curso no Brasil. Por meio de nota, a Cepal diz prestar total apoio a presidente Dilma Rousseff e conclama a sociedade brasileira a respeitar o resultado das urnas, sob o risco de desestabilizar a democracia em todo o continente. "A soberania popular, fonte única da legitimidade numa democracia, foi entregue a Lula e em seguida à senhora, presidente Rousseff, através de um mandato constitucional, que se traduziu em governos comprometidos com a justiça e a igualdade", diz um trecho da nota. "Os eventos pelos quais passam o Brasil nos dias de hoje ressoam com força além de suas fronteiras e ilustram para o conjunto da América Latina, os riscos e as dificuldades que a nossa democracia ainda está exposta ", finaliza o texto.
"Conhecemos o esforço dos tribunais em perseguir e castigar a cultura de corrupção, que tem sido historicamente a parte mais opaca do vínculo entre interesses privados e as instituições do Estado. E a temos [Dilma] visto apoiando permanentemente essa missão, com a valentia e a honradez que é a marca de sua biografia, apoiando a criação de nova legislação mais severa e instituições repressivas mais fortes. É por isso que nos choca ver, hoje, antes de sentenças ou provas, servindo-se de vazamentos e de uma ofensiva midiática linchatória, que se tente demolir a sua imagem e o seu legado, ao mesmo tempo em que se multiplicam os esforços para reduzir a autoridade presidencial e interromper o mandato que os cidadãos lhes deram nas urnas", diz o texto.
A presidente Dilma Rousseff, que discursou nesta sexta-feira (22) na sede da ONU durante evento sobre o clima fez uma ligeira referência ao processo de impeachment durante sua fala. mais tarde, em entrevista a jornalistas internacionais, ela disse estar sendo vítima de um golpe.
Veja
aqui ou abaixo a íntegra da nota da Cepal/ONU.
Mensagem Alicia Bárcena, Secretária Executiva da CEPAL, a presidente Dilma Rousseff:
"Com profunda preocupação que temos assistido o desenvolvimento dos acontecimentos políticos e judiciais que têm convulsionado Brasil durante as últimas semanas. Estamos alarmados para ver a estabilidade democrática do país ameaçada.
A soberania popular, a única fonte de legitimidade em uma democracia, Lula deu antes e depois, a presidente Dilma Rousseff, um mandato constitucional resultou em governos comprometidos com justiça e igualdade. Nunca na história do Brasil, tantos e tantos de seus compatriotas tinham conseguido superar a fome, a pobreza ea desigualdade. Significativo é para nós o marco decisivo com o qual seus esforços reforçou a nova arquitetura da integração da nossa região, da CELAC UNASUL.
Sabemos que os esforços dos tribunais para perseguir e punir a cultura de práticas de corrupção que têm sido historicamente a parte mais opaca da ligação entre os interesses privados e instituições do Estado. Vimos apoiando permanentemente esta tarefa com coragem e honestidade que é a marca de sua biografia, apoiando a criação de nova legislação e exigindo mais fortes instituições persecutoras.
É por isso que nós violenta hoje, sem julgamento ou evidência, usando vazamentos e uma ofensiva de mídia que já emitiu convicção, tentar demolir sua imagem e legado, enquanto os esforços são multiplicados por minar a autoridade presidencial e encerrar o mandato conferido aos cidadãos urnas.
Os eventos que está sendo experimentado pelo Brasil nos dias de hoje ressoam com força além de suas fronteiras e ilustram para o conjunto da América Latina, os riscos e as dificuldades que a nossa democracia ainda está exposta ".
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