quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dilma recebe juventude pela terceira vez em menos de um ano

23/04/14 - 12h23

As reivindicações da juventude brasileira continuam no foco das atenções da presidenta Dilma Rousseff. Tanto que, pela terceira vez em menos de um ano, a chefe do Estado brasileiro recebeu os movimentos representativos desse segmento da nossa população.


Ao lado de 30 representantes deles, Jefferson Lima, Secretário de Juventude do PT (JPT), participou da reunião e nos conta o que foi debatido. Acompanhem:
Jefferson, como foi essa reunião?
[ Jefferson Lima ] No início deste mês, a presidenta Dilma Rousseff recebeu cerca de 30 dirigentes de movimentos de juventude. Ela já os tinha recebido duas vezes no ano passado e agora novamente. Eu fui representando a juventude do PT e lá estavam muitos outros representantes – Movimento Passe Livre, o MC Chaverinho do Rolezinho, Juventude Negra, União da Juventude Socialista, Juventude do PMDB, CONJUVE, PJs, Levante Popular da Juventude, CUFA, entre outros. Foram vários grupos reunidos para apresentar demandas específicas do nosso segmento.
Foi uma reunião muito positiva. Estavam presentes também a Secretária Nacional de Juventude, Severine Macedo; o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência da República); e o ministro José Henrique Paim (Educação).
A reforma política, uma reivindicação presente nas manifestações, foi discutida?
[ Jefferson Lima ]  Sim. A presidenta pediu apoio das juventudes à reforma política, para que continuasse o processo de mobilização. Ela acredita que a Constituinte só vai ser de fato consolidada se tiver pressão popular. Ela é favorável à convocação de uma Assembleia nacional Constituinte exclusiva para debater a reforma política.
Discutimos também o fortalecimento do programa Juventude Viva, uma das pautas nossas nessa reunião. O programa do governo, uma demanda tanto da 1ª, quanto da 2ª Conferência Nacional de Juventude, visa combater o extermínio de jovens negros. Ele já está funcionando, começou em Arapiraca (AL) e está se espalhando aos poucos. A presidenta se comprometeu a colocar a questão na ordem do dia e fazer um pacto maior entre os ministérios, com mais investimentos e recursos. Isso é muito importante para nós.
Também foi colocada a necessidade de valorizarmos os novos movimentos de cultura como os rolezinhos e o funk. A presidenta se comprometeu a dialogar com o Ministério da Cultura sobre os pontos de cultura, porque existe uma demanda muito forte neste sentido. Além disso, discutimos a política específica da juventude do campo com dados apresentados pelo MST; a questão do estupro que veio na pauta mais recentemente, com a presença da jornalista Ana Queiroz (de Brasília) que iniciou a campanha “Não mereço ser estuprada”.
E a Copa?
[ Jefferson Lima ]  Discutimos bastante a questão da COPA. A presidenta apresentou informações, os números nos Estados, onde o investimento federal está chegando, os dados de mobilidade urbana. Nós colocamos a nossa pauta em relação à repressão dos movimentos sociais embutidos naquele projeto de Lei Antiterror. Ela se comprometeu a não colocar na pauta a Lei Antiterrorismo, porque avalia – como nós também avaliamos – que já existe legislação suficiente e que não é preciso criar uma nova para isso.
A presidenta se comprometeu em não reprimir, enquanto governo federal, as manifestações e as mobilizações que estão acontecendo. Mas, reafirmou que não vai aceitar violência nem por parte do Estado, nem por parte dos movimentos. O Estado brasileiro tem compromisso de dar segurança às delegações e aos representantes internacionais que virão à Copa no Brasil.
Manifestações vão acontecer. Há setores mais extremos que defendem o “Não vai ter COPA” e que não topam conversa; e setores mais populares – MTST, MST, os coletivos das universidades, a UNE, UBES etc, que estão nos processos das mobilizações , mas valorizam a COPA do mundo como evento importante e estratégico. Estes movimentos, porém, têm suas críticas e elas são importantes como o alerta à exploração sexual, do trabalho infantil e do racismo que o evento traz em si. Outra crítica é que se trata de um evento privado da FIFA, comercial e mercantilista, ou seja, para poucos.
Um dos nossos desafios e do governo é popularizar a COPA do mundo em um processo que envolva a população para que todos possam se sentir da COPA. No caso das fan fasts – eventos privados – que defendemos que o governo possa instrumentalizá-los junto aos parceiros privados ou estatais. Também que se espalhe mais publicidade sobre os avanços que vão ocorrer efetivamente, porque não é só obra de estádio, mas política de mobilidade urbana, de aumento do comércio, de toda a renda, do PIB que aumenta com a COPA. Sem falar que depois que acabar, ficam a reforma dos aeroportos, as políticas de mobilidade urbana, os estádios. Em suma, são investimentos que vão permanecer aqui.
Quando eu digo popularizar é no sentindo de que a população mais distante possa se sentir dentro do evento. Pense no comércio. Não queremos que só a FIFA ganhe, mas todos os setores, do grande ao pequeno empresário. Quando digo popularizar é para que a população mais distante, nos lugares mais remotos, também possa se sentir dentro do evento, dentro do seu comércio e que não só a FIFA ganhe, mas todos os setores, do grande ao pequeno empresário possam ganhar. E depois que acaba, fica a reforma do aeroporto, a política de mobilidade, os estádios -, são investimentos para 30 anos ai pra frente. Não adianta só o governo apresentar os números para a população. É preciso concretizar o que a COPA representa para a sociedade.
Vocês discutiram Marco Civil?
[ Jefferson Lima ] A presidenta reforçou seu compromisso de lutar pelo marco Civil da Internet e de tentar vê-lo aprovado até a Arena Net (evento do NETforum), que vai acontecer no dia 24 de abril, quinta-feira próxima, em São Paulo. Trata-se do maior circuito de internet do mundo, com a presença de todas as feras nacionais e internacionais da rede.
A juventude vai entrar no processo de mobilização das redes e, também, estamos pressionando pela aprovação do Marco Civil da Internet agora no Senado. A avaliação desses mestres é que o Marco Civil proposto aqui e aprovado na Câmara dos Deputados é a política para a Internet mais avançada do mundo. Eles estão torcendo para que seja aprovado e a gente vai se mobilizar para que seja aprovado no mesmo modelo que saiu na Câmara.
Jefferson, agora, especificamente em relação a JPT, como estão os 20% reservados para os jovens nos cargos de decisão dentro do partido?
[ Jefferson Lima ] Os 20% já estão valendo. Na Executiva são 4 jovens, e no Diretório, 19. Algo que não existia. De 80 dirigentes nacionais, 19 são jovens, de todas as forças e todas as correntes. Isso é muito novo dentro do PT, assusta um pouco, mas as pautas que estão sendo debatidas dialogam muito conosco e o compromisso geracional está prevalecendo. Está havendo uma sintonia boa, valorização e respeito dos dirigentes e isso não só no Nacional, mas nos diretórios estaduais e municipais. Agora, temos também jovens secretários, presidentes ou vices.
Depois de 34 anos estamos conseguindo renovar o partido por dentro, nos quadros e nas ideias. O impacto maior nós vamos perceber lá na frente. O bom é que temos jovens de todas as regiões e forças políticas. A foto da última reunião (que última reunião? do diretório anterior? foto anterior à instituição dos 20%?) para a primeira, de agora, muda muito. A de agora retrata a paridade de gêneros, as cotas raciais e a participação da juventude. É um processo muito bonito dentro do PT.
Estamos conversando muito, colocando nossas pautas no sentido de termos um projeto mais ousado para que possamos dialogar com os corações e mentes dessa nova geração. Cerca de 40 milhões de jovens que só acompanharam os governos do PT e eram crianças no período FHC, vão votar na eleição nacional deste ano.
Outro ponto importante foi a reunião do presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão (SP)com os movimentos de juventude da sociedade civil, na perspectiva de ampliar o diálogo com muitos desses setores, que se tornaram mais visíveis depois das manifestações de junho. Isso é importante, temos de manter esse diálogo.
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